"Educação e lazer. Na opinião da galera da Repúblika, conselho de leitores do Kzuka que reúne jovens entre 14 e 22 anos, são nessas áreas que a gurizada mais sente onde o governo está acertando ou errando. Não podia ser muito diferente, já que a sua rotina se resume a estudar e curtir, seja um cinema, um livro ou uma balada.
Deficiências como vagas escassas no Ensino Superior, falta de incentivo à leitura e poucos espaços públicos para lazer foram apontados pela turma. Para eles, a qualidade da educação básica também deixa a desejar. Apesar de não ser o caso da maioria deste grupo, que estuda em boas instituições da Capital e tem uma agenda cheia de eventos, essa galera consegue enxergar além do próprio umbigo.
– Sou a favor de cotas pela questão econômica, mas se investissem mais em educação básica, não seria necessário – opina Vitoria Burin, 16, aluna do Unificado, na Capital.
Para Marcel Hartmann Prestes, 17 anos, que já assegurou sua vaga na UFRGS, as cotas para escolas públicas também são importantes. Nenhum dos dois estudou em colégio público nem se encaixariam em cotas por razões econômicas. Mas todos elogiam, por exemplo, o Vale-Cultura, programa aprovado mas ainda não implementado pelo governo, e usufruem da meia-entrada no cinema.
E o que mais afeta diretamente suas vidas? A Lei do Estágio e o programa Primeiro Emprego são citados como boas iniciativas. Para o universitário Fábio Santos, 22 anos, e a vestibulanda Michelle Karoline Cardoso, 18 anos, dois jovens que já deixaram a escola, são dois pontos fundamentais.
Acima de tudo, essa galera deixa um pedido para os candidatos às eleições 2010: eles querem ser ouvidos.
– Tínhamos que ter mais voz ativa. Ninguém dá bola para o que o jovem fala – diz Julia Roberta Garcia, 15 anos.
Vitória Burin completa:
– Em Roma não tinha a Tribuna da Plebe? Por que não fazem algo parecido para dar espaço aos jovens?
Fica a dica."
*Matéria publicada no caderno Kzuka do jornal Zero Hora de hoje.
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