"Boa noite senhor presidente, Leo Burguês, em nome de quem eu saúdo todo o LEGISLATIVO BELORIZONTINO.
Boa noite senhores e senhoras que compõe essa augusta Mesa de autoridades.
Boa noite senhores e senhoras, convidados especiais da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Boa noite, Carla, minha amada esposa que além de me dar o suporte necessário em casa para que eu possa percorrer o Brasil levando a mensagem republicana do PRP, às vezes me acompanha, me auxiliando na dura, mas grata tarefa, de conduzir os rumos de um partido político no Brasil, a quem eu rendo publicamente minha eterna gratidão por sua compreensão e discrição.
Boa noite, meus vereadores do PRP nesta augusta Cada de Leis, João Vítor, nosso deputado estadual eleito, e João Oscar, que defendem no plenário desta Câmara a bandeira republicana do PRP.
Boa noite, meu companheiro republicano Tibelino, que preside com galhardia e dedicação o diretório regional do PRP em Minas Gerais, terra de valorosos políticos que muito tem contribuído para o engrandecimento da história do Brasil, seja no Brasil colônia, no Império ou na República.
Boa noite, meu caro amigo e vereador Luís Tibé, agora deputado federal eleito numa coligação que mais uma vez prova ser correta e bem articulada, unindo PRP e PTdoB, coligação essa que novamente comprova que os partidos emergentes como os nossos não podem prescindir das parcerias eleitorais.
Ao conceder, em meu nome, esta homenagem ao Partido Republicano Progressista, do qual estou democraticamente eleito presidente nacional, o vereador Luís Tibé prova que, no seu coração, os estão interesses coletivos e da verdadeira amizade estão e estarão sempre acima dos interesses partidários.
Luís Tibé poderia, nesta noite inesquecível, estar outorgando essa láurea, a um correligionário político, a um líder comunitário da sua cidade, a um auxiliar de outro rincão do Estado mineiro comprometido com sua vitória em 3 de outubro, a um dirigente nacional do seu partido, o PTdoB, ou a qualquer outra figura de expressão da política nacional, de olho no futuro, nas eleições que virão, nas benesses que poderia buscar para si e seus amigos no meio político, como soe acontecer por este mundo afora.
Mas não, senhor presidente Leo Burguês, ele preferiu homenagear a minha pessoa, Ovasco Resende, sabendo que essa homenagem chegará a cada um dos nossos filiados, de Rio Grande do Sul ao Amapá, perpassando por todos os Estados brasileiros onde temos tremulando o estandarte republicano do PRP.
Com essa gloriosa homenagem, aprovada por seus pares no Legislativo belorizontino, Luís Tibé não só nos presta uma deferência, como também, e principalmente, nos agracia com um enorme gesto de gratidão, reconhecendo a importância dos militantes do PRP na conquista do sucesso do PTdoB mineiro, nosso eterno parceiro de lides e lutas eleitorais.
Em nome de todo o PRP brasileiro, meu dileto amigo Luís Tibé, em nome de todos os dirigentes, nacionais, regionais e municipais do PRP, eu tenho a subida honra de receber e agradecer esse título e esse diploma de Honra ao Mérito que nos é concedido e outorgado por esta excelsa Câmara Municipal.
Também sei, senhores componentes da Mesa e senhores convidados, que o vereador Luís Tibé, ao nos agraciar com essa belíssima e importante comenda, está reconhecendo a nossa luta e nosso esforço para manter vivo e em atividade um partido no Brasil. Pois ele sabe e conhece como é difícil fazer política partidária neste país.
No Brasil, meus senhores, fala-se muito em valores democráticos, em pluralidade partidária, em liberdade eleitoral, mas nunca se fala da violenta campanha que a imprensa brasileira faz contra os partidos emergentes, aos quais ela preconceituosamente taxa de "nanicos". Há na imprensa brasileira um desejo escancarado de que seja implantada uma reforma política para exterminar os partidos novos e em crescimento.
A grande imprensa brasileira quer, na verdade, a existência de meia dúzia de partidos, como no passado, quando os poderes no país eram disputados pela UDN, PSP, PTB e PSD. Era mais fácil identificar e se identificar com os líderes desses partidos. Quando surgiram o PTN, o PDC e o PCB, a imprensa brasileira enlouqueceu de raiva pois eles abriram espaço para a chegada de novas lideranças, como Jânio Quadros, Franco Montoro e Luis Carlos Prestes.
Quando a democracia ferveu, como diria qualquer jovem do nosso tempo, a imprensa brasileira, incapaz de lidar com a diversidade plural dos partidos políticos brasileiros, ela clamou e implorou por um golpe que colocasse um fim na democracia.
Foi a imprensa e setores organizados da sociedade brasileira que passaram quatro anos na cacunda dos militares implorando pelo movimento que culminou com a deposição do presidente João Goulart, em março de 1964.
Agora, a imprensa quer, mais uma vez, uma reforma política para extinguir os partidos emergentes. Ao fazer uma análise do resultado eleitoral de 3 de outubro de 2010, um grande jornal paulista fez questão de estampar a sua indignação porque parte das cadeiras do Congresso Nacional havia sido, no dizer do jornal, "abocanhada", pelos partidos nanicos.
Pela imprensa, meu caro amigo Luís Tibé, você não tem o direito de ser eleito deputado federal pelo PTdoB.
Pela imprensa, meu caro João Vítor, você não tem o direito de ser eleito deputado estadual em Minas Gerais pelo PRP.
Pela grande imprensa nacional, os dois deputados federais que o PRP elegeu, Chico das Verduras, na Roraima, e Jânio Natal, na Bahia, não foram eleitos. Eles roubaram, eles usurparam, eles vão ocupar a vaga de alguém que deveria ter sido eleito por um dos grandes partidos que controlam a imprensa nacional, pois estão no poder há décadas distribuindo benesses e dinheiro em forma de empréstimos e propaganda.
Para eles, os partidos emergentes como o PRP e o PTdoB são meros partidos de aluguel, que possibilitam o ingresso de corruptos na política e diminuem o nível intelectual dos parlamentos e dos governos. Nós somos responsáveis pelos Severinos Cavalcantis que, no entender da grande imprensa, emporcalham a imagem do Congresso.
A minha pergunta é: de que partido mesmo é o senhor deputado Severino Cavalcanti?
De quais partidos mesmo são os envolvidos nos grandes escândalos nacionais?
Não são dos nossos pequenos partidos, com absoluta certeza.
Luiz Tibé, meus amigos, é um republicano de corpo e alma. Ele conhece a nossa trajetória, vivenciada igualmente pelo seu pai, Tibelino, presidente do PRP mineiro. Ele tem acompanhado a vida do seu pai e com ele aprendeu a fazer política com honestidade de propósitos, com ele aprendeu a ser fiel e a valorizar seus companheiros, aprendeu que na política, como diz a sagrada Bíblia, há tempo pra tudo. Há tempo para plantar e tempo para colher. Com o seu pai, ele aprendeu que a política é como uma guerra e que cada eleição é uma batalha.
Assim, eu também aprendi.
Aprendi fazer política acompanhando meu pai em suas candidaturas e em suas agruras como dirigente partidário. Meu pai fundou e firmou o PDT no Estado de São Paulo, auxiliando diretamente Ademar de Barros Filho e Leonel Brizola. Depois, ele percorreu o Brasil fundando diretórios e organizando o PRP.
Eu acompanhei todas as dores e todo o sofrimento do meu pai, mas sei que tudo isso era anulado dentro dele quando ele chegava nas capitais para encontrar seus amigos e parceiros do PRP, como aqui em Minas, quando se encontrava com Tibelino; na Bahia, com Aleluia; na Amazônia, com, Jackson; na Paraíba, com Valadares; em São Paulo, com Mário Bitencourt; ou no Rio, com o doutor Oswaldo. Ai sua alegria extravasava e ele se sentia recompensado pelo esforço e pela dedicação.
Eu vivi tudo isso. Nós vivemos tudo isso em família. Com ele eu colei propaganda eleitoral em postes, pintei porteiras em fazendas e barrancos em estradas, distribui santinhos, fui cabo eleitoral, fiscal e delegado em eleições, fui parar algumas vezes nas delegacias por fazer boca de urna ou para denunciar adversários fazendo política de maneira desonesta; fui dirigente partidário, ocupando cargo de secretário, coordenador de campanhas, vice-presidente, membro de diretório e de executiva, fiz de tudo na estrutura partidária. Só não fui candidato. Ainda.
Muitas vezes briguei, não com o meu pai, mas com o dirigente político-partidário Dirceu Resende. Muitas vezes discordei dele, em algumas vezes me afastei dele. Ele me compreendia, me deixava me afastar, mas sempre me procurava novamente, com aquele sorriso largo no rosto, como que dizendo "eu te perdôo, eu sei o que você está sentindo, eu já passei por isso também".
Hoje, presidindo o PRP nacional, eu sei que ele estava me preparando para vôos maiores. Assim como Tibelino preparou seu filho, a quem meu pai sempre chamou, carinhosamente, de Luizinho do Tibé.
Meu pai sabia que um dia eu mergulharia de cabeça nesta vida maluca de dirigente partidário. E sabia que para isso precisava me preparar. Mas, ao contrário do meu amigo e irmão Luizinho Tibé, eu tive a infelicidade de perdeu meu o pai, que passou para o outro plano da vida, para o oriente eterno.
Fiquei só no meio do aprendizado. Contei com a ajuda e a lealdade dos seus amigos e companheiros de partido. Todos foram importantes baluartes na minha caminhada, ajudando a concretar meu alicerce político. Não fossem cada um dos dirigentes republicanos do PRP, que me auxiliaram nesta caminhada edificante, eu não estaria aqui hoje recebendo essa honraria que muito agrada o meu coração e enche de gratidão todos os dirigentes do PRP.
Fazendo um balanço do nosso desempenho à frente dos destinos do PRP, chego à conclusão de que caminhamos bem. Poderíamos ter conquistado mais, porém, com certeza, não teríamos conquistado a qualidade que temos.
Aprendi com Dirceu Resende e seus verdadeiros companheiros de partidos quem em política você pode quase tudo. Neste quase em que resume o que não pode, Dirceu e seus companheiros sempre souberam que não se pode vender a sua alma; que a sua dignidade não está numa prateleira com etiqueta de preço e, principalmente, que a sua essência não pode ser maculada, negociada, vendida, alugada ou emprestada.
Foi assim que aconteceu quando se pretendeu entregar o PRP numa infrutífera e vergonha fusão com um partido da direita brasileira. Os dirigentes regionais e nacionais, entre eles meu pai, se uniram e disseram não. Uniram-se e pegaram o PRP, então uma criança que engatinhava, e cuidaram dele com muito carinho. Comeram o pão que o diabo amassou, suportaram as tentações que não foram poucas, tiveram pulso firme e vontade de ferro, para fazer o PRP despontar e começar a ocupar o seu espaço na história no Brasil.
Essa hoje é a minha tarefa, fazer o PRP crescer com qualidade e não em quantidade. Levar aos novos dirigentes, regionais e municipais, a nossa mensagem e dentro dela a nossa história. Eles precisam saber que nossa história vem de longe, que ela não surgiu na noite de ontem e que não somos um bando de aventureiros e sim um agrupamento de homens de boa vontade, de homens livres e de bons costumes, de homens e mulheres, jovens e idosos que respeitam e aceitam a diversidade cultural e sexual, a liberdade de credo e de crença e as diferenças regionais, que engloba em si todas as tendências.
Geralmente, quando estamos em viagem ou apresentando o PRP a alguém, essa pessoa pergunta: "mas quem é o nome famoso de vocês, a estrela maior, o cacique?".
E respondemos: no PRP não temos caciques nem estrelas, somos todos iguais. E dizemos isso de boca cheia, carregados de orgulho, com alegria. Pois no PRP não temos estrelas nem caciques. Temos companheiros republicanos lutando para colocar em prática no Brasil um modo diferente de fazer política, com consciência ambiental, com valores políticos elevados e com garra para combater a corrupção, exterminar o compadrio e enterrar a nefasta prática do nepotismo.
Não queremos ter estrelas no PRP. Queremos na verdade fazer o PRP brilhar entre as estrelas, fazer o PRP ser fora do comum e imprimir a sua marca. Queremos trabalhar para que o povo brasileiro acredite nas nossas idéias e que nossos dirigentes, nas pequenas cidades e nas metrópoles, que nossos dirigentes estaduais e nacionais, nos ajude a mostrar o PRP como um partido que persegue seu objetivo, que tem valores, idéias e sonhos, que não teme desafios e que acredita na capacidade de cada cidadão brasileiro.
Nós continuaremos nossa luta quer queiram ou não a grande imprensa e os grandes partidos, pois entendemos que os partidos emergentes, como o PRP e o PTdoB, são a porta de entrada das novas lideranças políticas municipais, regionais e nacionais, que não encontram espaço para mostrar sua potencialidade dentro dos partidos tradicionais.
Em nome de todos os republicanos do PRP, volto a agradece a generosidade do vereador Luís Tibé e do Legislativo de Belo Horizonte que outorgaram ao nosso partido, por meio do meu nome, essa láurea que saberemos ostentar com muito orgulho e que muito enriquece a nossa trajetória política.
Que todos nós tenhamos um excelente 2011.
Obrigado a todos."
Ovasco Resende, presidente nacional do PRP
Nenhum comentário:
Postar um comentário