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3 de jun. de 2013

A Saga do Pedágio

             Ao longo dos anos o processo administrativo público gaúcho vem sofrendo com má gestão, ocasionando a redução de investimentos e, com isso, a deficiência no revigoramento da sua infraestrutura.
            A malha ferroviária foi sucateada e o que dela sobrou loteada à iniciativa privada. Hoje, serve de forma precária ao transporte de carga, deixando de atender às reais necessidades de escoamento da produção.
            A navegação, fluvial e lacustre, de grande potencial, que deveria ser o meio mais importante para o transporte interno de nossas riquezas, carece de incentivos e apoio para o seu desenvolvimento.
            A rede rodoviária, insuficiente, mal conservada e envelhecida, apesar de acarretar o maior custo de transporte da produção, sustenta a circulação de nossas riquezas e pessoas.
            Para arrefecer as contas públicas e viabilizar a malha rodoviária sul-rio-grandense em condições razoáveis de transitabilidade, o Estado, mais uma vez, onera o cidadão e cria o pedágio.
            O pedágio, há anos atrás, foi o principal alvo de campanhas políticas, quando uns diziam “ser o caminho, e o adversário, o pedágio”. Placas foram colocadas em rodovias estaduais, como propaganda político-partidária, com os dizeres de que naquela rodovia não era cobrado pedágio. Outros, diziam ser a solução para o necessário investimento no setor.
            Os questionamentos continuam até hoje, mas, com um foco diferente, não se discute mais a validade ou não da cobrança do pedágio. Este é fato consumado para os governantes, independente de matiz, que o aceitam em nome da “governabilidade”.  O que se discute agora é sobre os valores a serem cobrados e quem irá administrar as praças de pedágio.
            Uma nova empresa estatal – a Empresa Gaúcha de Rodovias -  foi criada para administrar as estradas com pedágio. Este novo negócio governamental possibilitará a contratação de novos funcionários - através de um processo seletivo simplificado e em caráter emergencial - e gerenciará, com proclamada eficiência, as nossas estradas.
            A iniciativa e a eficácia do projeto são dúbios e duvidosos. Hoje, festejam o fim de algumas praças de pedágio, elevando cancelas e proclamando vitória. E, amanhã, como será? Uma empresa necessita arrecadar para administrar e investir. Este filme é conhecido: novos pólos de pedágio virão, novos aumentos se sucederão, mais “funcionários” serão contratados,... e o contribuinte pagará a conta. Quem viver, verá!

Sergio Sparta
Presidente do Partido Republicano Progressista RS