Por Cristian Rogers S. Dequi *
“Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe, porque serão como diadema gracioso em tua cabeça, e colares ao teu pescoço.” (Provérbios 1, 8-9)
Como vivemos num Estado Democrático de Direito e pretendemos assegurar sua manutenção e legitimidade, a melhor analogia para que compreendamos a Política é a relação familiar, pois os pais quando ensinam o filho a ser uma pessoa de bem, preparam um cidadão. Política e educação, portanto, “vêm de berço” e se estendem por toda a vida. Não há, pois, como ficarmos de fora da Política: onde pessoas se reúnem, lá haverá Política. Tudo o que fazemos, mesmo no âmbito privado e religioso, está compreendido em uma esfera mais ampla de convívio: a Sociedade. Em virtude disso os pais precisam educar seus filhos a agirem dentro dos fundamentos das leis positivas e morais, a fim de que os arroubos de liberdade não contradigam a Liberdade e o valor à vida.
Ora, como a Educação, a Política vem de berço, porque cada pessoa desempenha um papel na Sociedade e em prol desta. O mérito de cada cidadão não está na sua profissão, mas no ímpeto de desenvolver, com suas capacidades físicas e intelectuais, o bem comum. Assim, o presidente, os parlamentares, os demais políticos, os ministros do Judiciário e todos os demais cidadãos, como o pedreiro, constroem este país, cada qual com seus dons e recursos.
No lar, desenvolvemos nossa capacidade de conviver com as divergências, diferenças e limitações – nossas e das demais pessoas. Aos pais, portanto, recai o ônus (e o bônus) de educar os seus filhos no correto agir do cidadão - fundamentado no Amor - que não omite o ensino dos valores imprescindíveis para o bom convívio político, sem discriminações de quaisquer naturezas.
Quando os pais conseguem harmonizar o poder Pátrio e Familiar com o Judiciário dos Filhos, então podemos afirmar que este Estado Familiar é legítimo e profícuo. Decorre disso, que os filhos, mesmo após se emanciparem dos pais, serão novas Unidades Federativas. Todo lar deve, pois, promover o diálogo, como o Parlamento, e possibilitar a análise de Projetos de Lei e Propostas de Emendas Constitucionais, que visem o bem da Família.
A igualdade entre as pessoas não elimina o respeito à autoridade do Pátrio Poder, da Família e do Estado, pelo contrário: é a concepção de que somos iguais ante às Leis e à Família, que dão legitimidade ao Estado. Portanto, que esses valores e práticas nos sirvam como Tradição ou nenhuma família poderá considerar-se “tradicional” e “politizada”.
* Presidente da Municipal do PRP de Esteio, Filósofo e Editor do Jornal do e-Leitor