A palavra cidadania refere-se a cidadão. Aquele que goza dos direitos civis e políticos inerentes a um Estado.
Mas não é só isso. Presume-se que muito mais que os direitos são os deveres que marcam a cidadania. Deveres para com a sociedade e a Pátria. Deveres que incluem a responsabilidade cívica e social, demonstrada pelo amor aos símbolos nacionais, ao idioma, à cultura, à sua gente, a terra, às riquezas e aos laços que unem sentimentos comuns.
No entanto, o que temos presenciado é o oposto deste entendimento de cidadania, de cidadão. O que vemos é o império da individualidade, da esperteza, da ganância, da insensibilidade social. Desajustes que ao que parece tendem a piorar, pois os limites para refreá-los estão enfraquecidos.
O título de cidadão deve ser uma conquista, não um direito. Um reconhecimento da Nação às pessoas de bem. Uma outorga àqueles que comungam de ideais e são solidários, que se submetem às leis e trabalham no dia-a-dia honestamente, que contribuem para a “Ordem e Progresso”.
Há uma eleição à vista. Pesquisas revelaram que uma média percentual de 40% de parlamentares em exercício está em débito com a justiça. Há caso de Estado com esse percentual acima de 70%. O que podemos esperar do futuro se cabe aos parlamentares elaborar e aprovar as leis que conduzem o destino de todos nós e da Nação, se são os primeiros a descumpri-las?
Há erros de origem: a licenciosidade, a impunidade e o silêncio da maioria. Hoje, a ideia “vendida” é de que tudo é permitido e a individualidade é intocável, por isso ninguém deve nada a ninguém, nem mesmo respeito. A impunidade dá suporte à licenciosidade, subsidiando-a com ações judiciais prolongadas indefinidamente e processos extintos por manobras ilícitas; assim criminosos são postos em liberdade e pecadores são “perdoados” pela ineficácia da justiça humana. Neste contexto os virtuosos, os verdadeiros cidadãos pagam pela sua honradez e honestidade, no entanto não deixam de contribuir com a sua omissão silenciosa para essa vergonha nacional.
Até quando se conviverá com a corrupção? Até quando as pessoas de bem aceitarão caladas esta aberração? Até quando estarão lado a lado retos e tortos?
CIDADÃO! Tudo depende de ti, da tua ação para escolher representantes capazes de determinar leis que privilegiem as pessoas de bem, que trabalhem para a coletividade e que representem a verdadeira cidadania.
Sergio Sparta
Presidente do Partido Republicano Progressista do Rio Grande do Sul – PRP